§ 1.    A intolerância deve ser interpretada como um recurso usado para compensar a insegurança ideológica: no íntimo, o intolerante não tem confiança total na própria crença e busca combater isso com uma carga adicional de afirmação. Em outras palavras, ele tenta direta e conscientemente convencer os outros da validade da sua hipótese para, indireta e inconscientemente, convencer a si mesmo. O medo de estar errado surge naturalmente quando ele percebe uma crença que seja diferente da sua ou, sobretudo, oposta. Desse medo eclodem a raiva e a violência. É preciso entender essa dinâmica psicoideológica e antissocial para destruí-la e tornar o mundo um local mais tolerante.

§ 2.    O homem que sente prazer quando vê sua mulher fazendo sexo com outro é um homossexual, enrustido ou inconsciente, que se imagina no lugar dela. Esse tipo de comportamento cínico, indireto e cada vez mais comum de objetificação sexual do corpo feminino precisa ser combatido.

§ 3.    Pessoas que têm uma estrutura psicológica falha sofrem de baixa autoestima e, por isso, transformam em ofensa qualquer crítica ou questionamento, inclusive os que são oportunos à sua evolução, pois interpretam o desentendimento como agressão.