Exemplificando, o
cristão fanático que aprendeu a
defender sua ideologia com garras, dentes afiados e bastante demência
certamente protegeria com firmeza e um pouco de espuma no canto da boca o nome
de Maomé e suas crendices, se tivesse nascido em outra circunstância: vice-versa. A influência, sobretudo a da
autoridade, é o fator primário nessa
conjuntura, não a vontade ou a escolha – que interessante! O hindu que nasceu
na índia admitiria facilmente o braço-de-ferro espiritual do deus do relâmpago,
caso tivesse vindo ao mundo em alguma tribo na floresta amazônica ou África
setentrional. Verdade ou mentira? A cultura é um agente
intrigante, não é? Precisamos dizer que esse instrumento analítico deva ser
aplicado também ao binômio ateu-teísta? De fato, não há por que amparar um
conceito ou ideário de maneira invasiva ou apaixonada, já que a vida seja tão
relativa, flexível e versátil quanto
nós mesmos ou a nossa constituição mental. Inexiste razão ou coerência por trás
das maluquices religiosas; ao contrário, aí só acharemos os piores gêneros de tendência,
egoísmo e ignorância.