A crença, o condicionamento e a sujeição
ideológica podem transformar até a superstição mais ridícula em algo
psicologicamente sólido apto a nos furar e afligir. Foi estritamente assim que
o mito cristão, burlesco e ilógico do “Inferno ardente” cresceu e ganhou força.
Só assim.
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O universo é feito de matéria e energia. Essas
duas propriedades podem ser mensuradas. Portanto, o universo pode ser medido e,
logo, é finito, discreto, fechado.
Isso, contudo, torna-o completamente fenomenológico, racional e prático; ou
seja, um pouco sem graça. É legal ser místico, ainda que só um pouquinho. Quem não gosta de um jardim sombreado, cheiroso e *mágico*, afinal?
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E o famigerado Sermão da Montanha, heim? Morreu na montanha.
Infelizmente. O maior número dos, assim chamados, cristãos é tudo, exceto cristão. Cristo é uma solução. A cristandade, no entanto, costuma ser problemática.
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Em tribos primitivas o sujeito é sacrificado em
prol da religião. Nas sociedades avançadas, contudo, o próprio ato religioso é
imolado em nome da identidade pessoal. O que vale mais, afinal – o preconceito
ou a liberdade; a superstição contra aspectos físicos e ideológicos ou a
legitimidade das diferenças?
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Creia o mundo todo em Deus ou não – Ele
permanece Deus. Nenhum figo pode derrubar a figueira, por mais gordo que seja
ou forte.