O BAÚ DO TESOURO

      Aceitamos divindades quando nos podem auxiliar, respaldar ou oferecer algum tipo de suporte. Ué, somos espertos! Hmm! Não admitimos a excursão ao inferno só porque não seria lucrativa. Nossa inteligência é sensível! Nós, a tribo dos primatas com vestuário e sem juízo. Se estamos bem, ela também está. Se adoecermos, ela adoece. Cada membro da comunidade é a própria comunidade da mesma forma que os parafusos minúsculos de uma grande torre são o centro da construção. Se apenas um tijolinho não cumprir seu escopo, é possível que a parede seja abalada. Não existe influência pequena: toda força é força. Queremos o mundo bom, mas agimos com maldade. Lutamos pela nação justa, porém somos injustos. Repreendemos com vigor, suor e dentes afiados os marginais como ladrões, estupradores e assassinos; contudo, estamos habituados a nos entregar secretamente à ganância, luxúria e ódio. Sentimos compaixão pelos animais, não temos coragem de lhes causar dor ou assassinar; entretanto, persistimos comendo suas vidas indefesas... Se cada um fizesse a sua parte e mais nada, tudo seria muito diferente. Sabemos diferenciar o certo do errado, com certeza. No entanto, ainda não aprendemos, por mera falta de vontade, a operar de maneira consistente; ou seja, somos bichos imorais. Quem mais perde, lamenta e sofre? O organismo social, é flagrante  somos nosso próprio Diabo. O humano, o animal ridículo por excelência! Nossa incapacidade de atuar de modo lógico é macabra. A estupidez humana supera inclusive sua fé em Deus ou o amor pelas notas de 100. Nós, o macaco fracassado; a espécie radioativa por ausência de práticas racionais. Infelizmente, estamos inclinados a preferir um rolo luxuoso de papel higiênico macio a doar sequer 10% para trabalhos filantrópicos. Isso é perturbador. Estamos matando o planeta visando a manter nosso estilo de vida cancerígeno. Até quando? Em que momento, afinal, seremos interrompidos por nossa própria extinção? No panorama cósmico, é certo que eventos dessa natureza sejam comemorados. Ora, depois de tudo, que médico não sentiria prazer ao notar que o câncer de pulmão se consumiu até  morrer e garantir vida nova ao paciente? No final das contas, quanto menos vida humana, tanto melhor às outras formas vivas.