Além do mais, todo fanático é fanático, creia ou não nas Entidades Superiores. E a intransigência é bastante perigosa, injusta e nociva. Verdade ou mentira? O que obtemos ao aplicar o fervor religioso à ideologia incapaz de assumir a existência do Poder Maior? O ateísmo. Normalmente ele surge de modo emocional, por causa de eventos trágicos vinculados, sobretudo, à infância. Em outras palavras, o maior número dos ateus costuma transformar a dor ocasionada pela tristeza em críticas ou censuras mais elaboradas ou menos cujo alvo seja desmantelar quaisquer noções que advoguem ou possam defender a justiça divina. Entendeu? Não há nessa postura maldade ou falta de um caráter íntegro; contudo, ela não consegue distinguir a mera pieguice individual e suas implicações pessoais da análise dos fatos. Resumindo, é comum que os adeptos desse sistema filosófico possuam o hábito ilógico, embora amplamente compreensível quando a desigualdade social, por exemplo, é focada, de ligar emoções desagradáveis à “inexistência” do Alto. Quanta maturidade racional, heim? Não é difícil enxergar essa dinâmica psicológica, é? O melhor dispositivo que alguém assim possa utilizar para se aproximar de conceitos úteis ao esclarecimento do sofrimento presente no mundo é, aparentemente, o budismo. Seja como for, mais benéfico, prático e mensurável do que aceitar Deus ou não é, com certeza, ajudar quem precisa; custear organizações filantrópicas deveria ser uma regra social básica e o vegetarianismo, a opção alimentar mais estimulada pela escola. Isso não é óbvio?