O BAÚ DO TESOURO

§1. O peão gosta do baião que ele executa sobre o boi ou o cavalo porque isso o remete a sexo, é provável que de modo involuntário: de fato, como essa dança é feita por dois machos, podemos concluir razoavelmente que os peões sejam, sequer no âmbito do plausível, homossexuais enrustidos.

§2. Psicologicamente, devemos interpretar o célebre “Paraíso” religioso como a representação máxima da ganância humana, do seu egoísmo e audácia. Já o “Inferno” pode ser atrelado à culpa, aos conflitos emocionais ou à baixa autoestima. O psiquismo humano é construtivo, versátil e admirável.

§3. Em que esquina os materialistas serão jogados com este empurrão? Bastante atenção, agora. *Se ninguém existisse, haveria alguém para descobrir o universo, analisá-lo e, afinal, concluir que fosse “independente” do observador?* Em que lugar está o, suposto, objetivo, em última análise? Onde o subjetivo acaba? Por favor, concedam todo o seu cérebro a essa problemática. Ela é uma das grandes pirâmides.

§4. Está aí a mais terrível das problemáticas filosóficas. Por que existe algo e não o “nada”? Eis a resposta capaz de destruir um sistema solar inteiro num golpe só. Se o “nada” existisse, seria algo!

§5. O antropocentrismo é a cruz da Terra, o sal nos olhos do progresso moral da espécie humana. Não se alimentar de carne implica salvar vidas sensíveis ao sofrimento e à alegria. Portanto, quem não possui o caráter íntegro não pode entender, aceitar ou praticar o vegetarianismo, ainda que seja uma ótima pessoa. Isso é apenas um fato. Apoiar a violência contra a vida indefesa significa respaldar a maldade no mundo.